quarta-feira, 31 de julho de 2013

[Coluna] 10 anos depois, Palmeiras não confia tanto nas crias da base

Time do Palmeiras reunido em 2003: muita zueira, alegria e bom futebol
Foto: Gazeta Esportiva
Por Felipe Portes

Baixo aproveitamento de atletas da base na Série B vai na contramão do êxito de juvenis na campanha de 2003: naquele time várias pratas da casa se destacaram e ficaram no time principal por um bom tempo. Dez anos depois, o Verdão empresta seus atletas mais promissores e investe em contratações para voltar à elite.

Em 2002, o Palmeiras perdia nos penais a chance de conseguir o título da Copa São Paulo contra o Santo André de Richarlyson, Alex e Nunes (sim, aquele). No Pacaembu, um jogo pegado que terminou com a vitória do Ramalhão e uma comemoração sádica de Nunes imitando um porco diante de uma grande parcela da torcida palmeirense. 

Perdemos sim a final, mas aquela geração foi talvez a melhor aproveitada nos anos que vieram. É claro que precisamos considerar que naqueles tempos o Palmeiras não estava lá muito bem financeiramente e apostava nos juvenis mais como salvação do que opção, propriamente dito.

No time titular que disputou a Série B em 2003, vários desses que estiveram na Copinha tiveram chances razoáveis e você deve se lembrar da maioria. Fiz uma pesquisa no elenco que subiu dez anos atrás e encontrei onze jogadores formados na base: Diego Cavalieri, Thiago Matias (O VERÓN HUMILDE), Alceu, Francis, Willian Baiano, Diego Souza, Edmilson, Thiago Gentil, Anselmo, Hilton e Vágner Love. A ressalva fica para Thiago Gentil, prata da casa mas que rodou por Santa Cruz, Náutico e Al-Ittihad antes de retornar ao Verdão. Também confesso que não lembrava de Hilton e Willian Baiano.

Pois bem, passamos um perrengue para se adaptar ao estilo dos times que jogavam a Série B e o acesso veio com certo sufoco, naquele gramado sofrível em Garanhuns contra o Sport. E até certo ponto pensávamos que Botafogo e Marília iriam subir, não o Palmeiras. 

Voltamos a 2013: qual seria o problema de apostar um pouquinho mais nos nossos garotos? Foram bem na Copinha novamente, perdendo para o campeão Santos, mas em sua maioria foram emprestados a times menores de São Paulo, como Chico (Santo André), João Denoni, Emerson e Diego Souza (Oeste), e por último Patrick Vieira, que foi parar no Yokohama FC, da segunda divisão japonesa.

Novamente sem muito dinheiro em caixa (não precisamos lembrar que o Parmera ainda está atrás de um patrocínio master), a comissão técnica preferiu adotar a política de contratar, não de investir e preparar os meninos dos times juvenis. Na minha opinião, ao menos 80% daquele time da Copinha merecia uma chance, seja na Série B, fosse no Paulista ou ainda na Copa do Brasil que virá pela frente. Mas não, estamos aí gastando a maior bufunfa em caras de fora. 

Apostar nesses meninos é uma opção que visa atentar ao futuro do próprio elenco palmeirense, que há tempos não é sólido o bastante. Também é uma prova de confiança no trabalho que vem sendo feito pelos olheiros e técnicos da base. Desde 2009 não temos um time, de fato. Em 2013 temos um rascunho com potencial razoável. Mas só o tempo vai dizer até que ponto acertamos ou estamos nos iludindo. 

Um comentário:

  1. Tai o exemplo claro do Luiz Felipe , que teve a chance de uma sequencia, e se firmou ...porque o time esta em boa fase .
    Certamente o Denoni , o Dybal , Edilson , jogam muito mais que Marcio Araujo , Charles, e cia...
    mas parece que não teremos a chance de ve-los em ação em um time mais encorpado e entrosado .
    Definitivamente não me agrada o trabalho desse treineiro ... não me iludo com ganhar essa série B de nivel tecnico horripilante ...
    Alias esse é o retrato do futebol brasileiro , onde n~em na série A , temos nenhum grande destaque .
    Ou alguem discorda que o bom e velho Alex, retornando pra encerrar a carreira no Coxa , é o maior destaque do Brasileirão 2013?

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