segunda-feira, 26 de agosto de 2013

E SE #2 - Edmundo fora da final de 1997

Foto: Extra/Cezar Loureiro
por Dimitrius Pulvirenti

O primeiro ano de Felipão no Palmeiras. Os parmeristas na sétimo colocação, com campanha instável no Brasileirão quando, sem ninguém esperar, o Palmeiras arranca e chega à final contra o Vasco. Os cariocas jogam por dois empates. Na primeira partida, 0 a 0 no Morumbi. Edmundo, melhor jogador do campeonato, toma o cartão amarelo. Com três amarelos e fora da final, mandam o Animal forçar uma expulsão - à época, nem precisava pedir. A expulsão forçaria um julgamento no tribunal e daria a chance a Edmundo jogar a segunda final. Não deu outra: por 6 votos a 1, Edmundo foi absolvido, jogou a final e o Vasco foi campeão. Mas... E SE.

Antes de mais nada, bom lembrar: o E SE não tem nenhum propósito de ser fiel à lógica, embora tente ser historicamente correto. Se encontrar algum erro, fale. De resto, embarque nessa realidade alternativa sem nenhum preconceito.

Agradeço ao Guilherme Bernardes por ajudar nesse E SE.

E SE EDMUNDO FICASSE DE FORA DO SEGUNDO JOGO DA FINAL


Eu sei que parece um tema excessivamente PROSAICO para abordar no dia do aniversário de 99 anos do Palmeiras. Entretanto, você verá que tal evento terá implicações consideráveis na história do Palmeiras, no rol de seus ídolos, na Seleção Brasileira, nas Copas do Mundo, no Corinthians, Robinho, Ronaldo e no problema de alcoolismo de Adriano Imperador, dentre outras coisas. Avancemos.

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No Rio de Janeiro, o Palmeiras precisava vencer o Vasco para ser campeão. Tarefa difícil para os comandados de Felipão. O título levaria o Palmeiras à Libertadores, sonho de consumo entre dez a cada dez palmeirenses já cansados dos são-paulinos que inventaram que esse campeonato é relevante. Felipão só veio por causa disso. Anos e anos de futebol bem jogado, toque refinado e times de qualidade técnica incomparável já faziam a co-gestão Parmalat/Palmeiras receber a alcunha de TERCEIRA ACADEMIA. A única coisa que segurava Scolari era a OBSESSÃO pelo título da América.

A tarefa ficou mais fácil com Edmundo fora do segundo jogo da final. Felipão também acabou fora, é bem verdade, expulso que foi no primeiro jogo da final. O torcedor palmeirense, mesmo assim, não estava confiante. Aquele time que negava o DNA palestrino e ainda sendo comandado por um cidadão conhecido como MURTOSA. Nada auspicioso. 

O jogo começou truncado, o Palmeiras sem criatividade e o Vasco segurando o resultado que lhe dava o título. Após Evair quase abrir o placar para os vascaínos, Zinho recebe pela direita e tenta por cobertura. Carlos Germano espalma para o alto. A bola, entretanto, volta para o campo e entra após uma dividida entre o meia e o goleiro. O gol que o Palmeiras precisava.

O Palmeiras retranca e nasce a lenda VELLOSO. O goleiro engata uma série de defesas espetaculares e vai segurando o Vasco, que se ressente da ausência de EdWORLD. Aos 48 do segundo tempo, entretanto, PIMENTEL coloca tudo a perder: derruba Pedrinho, que sai machucado, e comete o pênalti. Evair vai pra cobrança.

O Maracanã, calado, confia na capacidade e desconfia do passado de Evair. Tal qual em 93, a passos lentos, Evair caminha para a bola e bate muito bem: forte, rasteiro, no canto. Mas Velloso vai melhor ainda e espalma. O juiz termina o jogo e o Palmeiras é pentacampeão brasileiro.

Repórteres e jogadores se amontoam próximos a Velloso. 

- Era o Evair, Velloso, como conseguiu?
- Eu já conheço o Evair faz tempo, respondeu, carregado pelos jogadores.

Paulo Betti comemorando o título na Globo, em 1997
Nas numerada do Maraca, o ator Paulo Betti é visto comemorando feito um louco. Nos programas de Mesa Redonda, Velloso é tratado como o grande herói do título.

- 1, 2, 3, 4, 5 passos deu Evair antes da defesa de Velloso - exaltava Avallone. Um goleiro, eu diria, MaraVELLOSO, exclamação!

Pentacampeão e com uma vaga na Libertadores de 1998, o Palmeiras poderá finalmente alcançar seu objetivo. 

CENÁRIO 1. PALMEIRAS CAMPEÃO DA LIBERTADORES
Jogos especiais marcaram a Libertadores-98. Dentre eles, a HEROICA classificação contra o Cruzeiro. Precisando de um gol para a classificação, Zinho cobra falta na intermediária com força. Paulo César não segura e solta para Oséas, sem NENHUM ÂNGULO, marcar o gol que classificou o Verdão para as quartas-de-final. Na semi-final, o heroi é Arce, com um gol de falta, dando origem à música famosa na torcida atualmente - "CONTRA O RIVER PLATE SENSACIONAL GOLAÇO DO ARCE MONUMENTAL".

Contra um time notoriamente mais fraco, o Barcelona de Guayaquil, o Palmeiras deitou e rolou na final, engatando duas partidas FELIPONICAMENTE COPERAS e levantando a Copa.

Em 1999 e 2000, MaraVELLOSO se torna definitivamente o maior ídolo da torcida do Palmeiras após eliminar DUAS VEZES SEGUIDAS o CORINTHIANS PAULISTA em cobranças de pênalti. O bicampeonato veio em 1999, dessa vez com o título mundial contra o Manchester, mais uma vez nos pênaltis. Uma lenda cada vez maior, MaraVELLOSO acaba virando herói nacional após Felipão chamá-lo para a Copa do Mundo de 2002. Atualmente, ainda pode ser vista a faixa VELLOSO ETERNO nas partidas do Palmeiras.

Marcos Roberto, o goleiro reserva, acaba contratado pelo rival, que precisava de um goleiro mais confiável que NEI. Em 2002, o Corinthians chega à final do Brasileiro, em busca do pentacampeonato, contra o Santos de Diego, Robinho e cia. Robinho, após pedalar PRA LÁ PRA CÁ PRA LÁ PRA CÁ e sofrer o pênalti, para em Marcos, que vira herói do título corintiano. Robinho, novo, sente o peso de perder o pênalti e não produz nada na final. 2 a 0 para o Corinthians. Robinho nunca mais foi o mesmo.

CENÁRIO 2. PALMEIRAS PERDE A LIBERTADORES
Sem a devida preparação em um campeonato verdadeiramente copero, o elenco do Palmeiras sofre na Libertadores e acaba eliminado mais uma vez pelo Cruzeiro, nas oitavas-de-final. Felipão, após o fracasso na competição, não aguenta muito tempo e volta para o Grêmio. Junto com ele sai a Parmalat, que desiste após o desastre no grande plano da parceria. Sem Felipão, Arce e Paulo Nunes não duram muito tempo.
Após mais um bom trabalho no Grêmio, Felipão vai pra Seleção às pressas em 2002. Sua convocação para a Copa do Mundo é polêmica: Ronaldo, após romper os ligamentos do joelho DUAS VEZES, está na lista. O goleiro titular, Felipão garante, será Danrlei.

O time chega à final da Copa do Mundo, que acaba em 2 a 2, com dois gols de Ronaldo, mas uma atuação apenas regular de Danrlei. O goleiro gremista não defende nenhum dos pênaltis e o Fenômeno, último a bater, rompe mais uma vez os ligamentos do joelho na corrida em direção a bola. Ironicamente, o joelho machucado atinge a bola e a Alemanha sagra-se campeã no pênalti mais bizarro da história das Copas.

O povo perdoa Felipão, que levou uma Seleção desacreditada até a final da Copa do Mundo e ele opta por permanecer. Em 2006, aposta em Adriano. O Imperador corresponde e, junto com Kaká e Ronaldinho (O TRIÂNGULO MÁGICO), leva o Brasil ao pentacampeonato e o prêmio de Melhor Jogador do Mundo em 2006, 2007 e 2008, quando surgiu Messi, com quem vem alternando os prêmios desde então.

Marcos assume a titularidade do primeiro time montado apenas pelo Palmeiras após a saída da co-gestora. Com uma carreira segura, mas sem títulos ou grandes decisões, acaba vendido ao Botafogo em 2004, após fratura no pulso direito.

CONCLUSÃO

Se Edmundo não estivesse em campo, Marcos não seria ídolo do Palmeiras.

CURIOSO

Se Edmundo não estivesse em campo, Valdivia poderia ser julgado no STJD por forçar cartão amarelOH WAIT.


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