segunda-feira, 12 de agosto de 2013

[Coluna] Milagre de novo?

Foto: Eduardo Viana / LANCE!Press

Por Rogério Perazolo

Daqui a dez dias o Palmeiras iniciará sua caminhada em mais uma Copa do Brasil, enfrentando no Pacaembu o traiçoeiro time do Atlético Paranaense (que passou, em apenas duas semanas e quatro vitórias seguidas, de "provável rebaixado" a "sensação" no Brasileirão). Por mais que o discurso geral seja o de que a prioridade este ano é a maldita Série B (e na verdade deve ser mesmo, até porque um eventual não-acesso simplesmente inviabilizaria todo e qualquer projeto a longo prazo de reerguimento do clube), temos motivos suficientes para não desprezar mais esta competição.

Primeiro motivo: é a única chance de disputar a Libertadores no ano do Centenário. Pessoalmente, embora obviamente adore a Libertadores e sonhe com o dia em que a reconquistaremos, não simpatizo com sua supervalorização exagerada pelos brasileiros em geral nos últimos anos (a ponto de transformar o Brasileiro praticamente em um mero "torneio seletivo" para a mesma, fazendo com que clubes que poderiam brigar concretamente pelo título se acomodem na disputa por um 3º ou 4º lugar; ou mesmo de fazer treinadores escalarem times reservas em um clássico estadual, poupando os titulares para um confronto quase banal de fase de grupos contra um frágil adversário venezuelano ou boliviano três dias depois). Mas, mesmo não considerando a presença na competição sul-americana "vital", ainda mais em uma temporada que já será motivante por si só, não há dúvida de que será um saboroso prato adicional para um já farto banquete.

Segundo motivo: tem tudo para ser a melhor Copa do Brasil dos últimos anos, por ser a primeira a contar com tantos grandes clubes desde 2000 (a partir do ano seguinte, a CBF optou por alijar os participantes brasileiros na Libertadores da disputa do torneio nacional na mesma temporada). Nada menos que onze dos doze considerados "gigantes" do futebol brasileiro estarão presentes nas oitavas-de-final, sendo a única exceção o São Paulo, que defenderá seu atual título da Copa Sulamericana (e, por sinal, é o time em pior fase técnica dentre os doze maiores no momento, não se podendo dizer que fará grande falta...)

Terceiro motivo: embora simultânea à Série B, não exigirá maiores "malabarismos" por parte do Palmeiras em termos de logística de calendário. Passando pelo Atlético-PR (jogos nos dias 21 e 28 deste mês), o Palmeiras só irá disputar as quartas-de-final (provavelmente contra o Internacional) a partir de 23 de outubro, quase dois meses depois, e quando estarão restando apenas sete rodadas para o final da Segunda Divisão. Caso mantenha o atual aproveitamento, é bastante razoável supor que o Verdão chegue nessa época já com seu retorno à Série A matematicamente sacramentado ou, no mínimo, virtualmente garantido. Isto (e mais a "fartura" de opções do atual elenco, que conta com quase quarenta atletas) permitiria a Gílson Kleina se valer de reservas nas partidas finais da Série B, voltando sua mira totalmente para a disputa da Copa do Brasil.

Quarto motivo: é um campeonato que temos condição de disputar à altura. Não há como comparar com a Libertadores deste ano, cuja preparação (?) ficou a cargo do parvo Tirone (Nobre assumiu a presidência no final de janeiro, com elenco reduzido, cofres raspados, estaduais iniciados e mercado no fim, com pouquíssimas opções de jogadores para contratar); ingenuidade acreditar que poderíamos ter conseguido ali muito mais do que foi feito. Desta vez não: tivemos tempo para dar uma arrumada na casa que, se ainda tem algumas bagunças incômodas, já parece bem mais "habitável".

Não que vá ser fácil. Já não o foi em 2012; mesmo sem a concorrência dos times da Libertadores, um limitadíssimo Palmeiras conseguiu um título que se explica muito mais pela estrela inconteste de Il Comandante Scolari e pelo peso de nossa camisa. Este ano a concorrência será bem mais pesada, mas também estamos mais fortes. E um (hoje, aparentemente) milagroso bicampeonato seria uma injeção e tanto de ânimo e autestima para termos um 2014 ainda melhor do que já promete.

Um comentário:

  1. Não tenho nenhuma expectativa quanto ao Bi campeonato da Copa do Brasil .Creio que devemos permanecer com os dois pés no chão , embora a campanha da série B venha sendo bastante positiva , não acho que tenhamos elenco para enfrentar as grandes forças em igualdade de condições , ainda temos carências importantes , que espero sejam supridas no final do ano .
    Pro Bi , tá bacana , estão correspondendo , mas há que se concordar que o nivel está baixissimo , tanto que deveremos como voce mesmo afirmou , garantir nossa volta a elite com muita antecipação , mas para a Série A , a exigência é muito maior . A única e remota possibilidade
    está no fato de ser mata-mata , mas não temos comando tecnico com competência pra isso .

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