sábado, 10 de agosto de 2013

[Pós-Jogo] Palmeiras 2 - 1 Paraná

Foto: Levi Bianco/Brazil Photo Press/Folhapress
por Dimitrius Pulvirenti

Em um campeonato tão chato como essa versão extreme do primeiro turno do Paulistão que é a Série B, uma vitória de virada é a única coisa capaz de dar alguma emoção aos certames. E o Palmeiras fez assim de novo na segunda partida seguida em que o adversário é PRESENTEADO com um gol no primeiro tempo e o time vira no segundo. 34 pontos e já chegamos na metade do caminho. Para os que acreditam que 70 é a meta, podemos dar uma arredondada e dizer que METADE JÁ FOI.

O alviverde entrou em campo para mais uma vitória standard, daquelas automáticas, e encontrou um Paraná muito bem postado defensivamente, com duas linhas de quatro jogadores, sem contar os atacantes atrás da linha da bola. Sem inspiração nenhuma, sobretudo dos volantes, que deveriam aparecer para furar a retranca, o Palmeiras errou absurdos 29 passes no primeiro tempo. Fora o gol que Charles deu ao Paraná e algumas bolas paradas, a defesa não chegou a sofrer como nas últimas partidas.

Para a segunda etapa, Kleina não inventou e fez a substituição óbvia: Mendieta no lugar de Charles. Os erros de passes diminuíram e o Palmeiras começou a criar chances de gol, uma delas incrivelmente desperdiçada por Leandro. A sensação era de que, mesmo quando o Palmeiras fazia tudo certo, dava errado e já começávamos a CAPITULAR frente à retranca paranista.

E aí apareceu Valdivia, que fez Luís Felipe aparecer em velocidade pela lateral. O futuro lateral-direito da Seleção Brasileira cortou para a perna esquerda e chutou com a dita cuja. O goleiro tricolor foi até que bem, mas Juninho apareceu de lugar nenhum para empatar o jogo. 

Há uma espécie de regra não-escrita, consuetudinária, que nos faz criticar a presença de dois laterais na avançando. Escreverei um post sobre como o Palmeiras jogou com Mendieta e Valdivia hoje, uma das reivindicações da torcida, mas revendo já o lance do primeiro gol, EM TESE, tudo pareceu correr normalmente. Vejam:

Imagem retirada do YouTube

Duas linhas de três muito bem definidas. Wesley e Márcio Araújo, que sequer aparece na imagem, cobrem os laterais. Frise-se: a movimentação e troca de posicionamentos durante a partida são essenciais no futebol atual. Ainda mais contra um adversário tão retrancado. Não dá pra afirmar que é planejado, mas o possicionamento, pelo que a imagem indica, está correto. Vendo o lance completo, vai ser possível ter mais convicção.

O gol de empate mostrou que era possível furar o bloqueio do Paraná. A confiança veio e logo depois Mendieta chutou uma bola TRAIÇOEIRA, nem tão forte pra não perder direção e tão colocada que ficou impossível pro goleiro fazer outra coisa senão espalmar. A bola veio pra Wesley que, ao que tudo indica, se despediu do Pacaembu com o gol, deixando tudo ajeitado para a campanha #VoltaWesley.

O time do Paraná não teve alternativa a não ser abandonar o seu catenaccio. Kleina fechou o time com Eguren e Ananias, no lugar de Valdivia, que precisava tomar cartão amarelo, e Leandro, que estava mal mesmo. O jogo, a partir daí, correu com tranquilidade, já que EGURENATOR mostrou a que veio logo na primeira jogada.

Três pontos que deixam o Palmeiras se distanciar cada vez mais do quinto colocado. O único adversário vem sendo o clima de Chapecó, que já adiou a segunda partida da equipe da cidade e ainda permite que digam: MAS EM PONTOS PERDIDOS A CHAPECOENSE É LÍDER. Na Copa do Brasil, não será tão fácil recuperar resultados como hoje. Kleina precisa promover mais competitividade para um time que, a cada jogo, parece mais propenso a esperar que o resultado caia do céu e menos motivado a lutar por ele.

QUEM FOI BEM
Não foi um jogo com um destaque claro, por isso citarei alguns que geralmente são esquecidos, como Luís Felipe e a dupla de zaga. O sistema defensivo melhorou um pouco, mas Henrique não fez uma atuação que SALTOU DA TELA, mas voltou a atuar de forma tolerável. VIRILSON foi bem.

QUEM FOI MAL
Charles. Errou muitos passes no primeiro tempo e fez o gol contra. Além dele, citaria o Leandro, que caiu de produção nas duas últimas partidas. Precisa mostrar qual é o verdadeiro Leandro.

NOTAS

PRASS - 6
Sem culpa no gol, sem muito trabalho no resto do jogo

LUÍS FELIPE - 8
Participou muito bem do lance do primeiro gol. Como Kleina disse, cruza diferente de Juninho, mais forte. Mais não dá pra confundir cruzar forte com chutar. Poderia ser mais cuidadoso.

HENRIQUE - 6
Atuação segura.

VILSON - 7
Atuação muito segura.

JUNINHO - 6
Irregular, alternou boas jogadas com jogadas ruins no primeiro tempo. No segundo tempo, fez o gol.

MÁRCIO ARAÚJO - 6
Fez uma boa jogada, avançando e tabelando com Valdivia e passou errado. Deu uma trivela no primeiro tempo muito boa. E foi só.

CHARLES - 4
Não foi bem ofensivamente, não precisou ir bem defensivamente. Fez um gol contra e foi substituído no intervalo.

WESLEY - 7
É o melhor volante do elenco, COM MUITA DISTÂNCIA pro resto. Se sair, que o Kleina banque Dybal ou Mendieta aqui. Não dá pra perder qualidade.

VALDIVIA - 7
Bem marcado, melhorou no segundo tempo e achou Luís Felipe no lance do primeiro gol. Decide.

LEANDRO - 5
Partida muito, mas muito, mas muito discreta. Deu uma boa arrancada no segundo tempo.

ALAN KARDEC - 6
Difícil manter o nível das últimas atuações, é claro. Mas erra muito pouco. Sabe se posicionar, a jogada não morre se ele precisar pensar.

MENDIETA - 6
Ajudou a virar o jogo e deu o chute que levou ao segundo gol. Mas falta uma atuação que justifique uma eventual titularidade. Precisa ganhar a posição no campo.

EGUREN - 6
Tem tudo, mas tudo mesmo pra ser titular e ídolo. Disse que, no Brasil, ídolos são camisa 10 e 9. Mal sabe ele que a torcida do Palmeiras historicamente SUSPIRA por camisas 5, vide Dudu, Sampaio e até Pierre.

ANANIAS - 5
Entrou lá e não precisou fazer muito. Aquele lance em que colocou a mão da bola foi legal.

KLEINA - 7
Precisa fazer o time competir mais, brigar mais. Mas o time tá certinho e hoje ele não errou.



Um comentário:

  1. Boa Dimi , descreveu bem o sofrimento de ontem , principalmente no primeiro tempo .Há que se louvar a inteligência do treinador adversário , que com a forte marcação exercida em Wesley e Valdivia, forçou a saida ou pelos zagueiros, ou pelos fraquissimos M. Araujo e Charles . Muito organizado o Paraná, e marcação muito correta , por isso só tinha sofrido 5 gols em todos os 13 jogos anteriores .Só acehi as notas do M. Araujo e Charles muito altas ...rsrsrs.
    E concordo com voce , o Eguren tem tudo pra ser idolo , e relembrar um que voce não citou , nosso querido guerreiro Mancuso .

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