domingo, 27 de setembro de 2015

Gestão de elenco: a medida necessária para o sucesso do Palmeiras

por Palmeiras Stuff

Se o Palmeiras chegar até a final da Copa do Brasil disputará 15 jogos nos próximos 70 dias. Um intervalo de cerca de 4 dias por jogo – na prática, a única semana livre só para treinamentos seria a última, já depois da final da Copa do Brasil. O Palmeiras, liderado por Alexandre Mattos, montou um elenco vasto e homogêneo – e agora é a hora de usá-lo.



Nos últimos dois jogos, muitos jogadores demonstraram cansaço excessivo, uma verdadeira estafa pelo acúmulo de partidas. Robinho, o herói do jogo contra o SPFC, pai de Rogério Ceni e herdeiro de Alex foi muito mal durante o jogo. Sendo o único armador, perdeu vários duelos contra a dupla de volantes do time do Morumbi, por dois motivos: 1) a demora para tomar decisões, o que pode ser resultado do stress/cansaço de tantos jogos acumulado e 2) perder divididas, perder a posse e não ter força para disputar a bola com intensidade. Sim, alguns erros foram simplesmente técnicos e não estamos o isentando disso – a cobertura já o isentou – mas ficou claro que várias disputas foram perdidas pelo cansaço.

Gabriel Jesus fez a pior partida de sua breve carreira, e visivelmente, estava pregado. Com as pernas pesadas, não conseguiu completar seus dribles, perdeu a posse várias vezes e irritou até o mais carola dos torcedores. Barrios, longe da sua forma ideal, Lucas e Thiago Santos, também pareceram exaustos – apesar dos dois últimos continuarem jogando bem.

A gente já viu esse filme. O Cruzeiro de 2014 foi campeão brasileiro com todos os méritos e por antecipação, mas Marcelo Oliveira não mesclou o time na reta final, quando poderia se concentrar em ganhar uma dobradinha (Brasileirão e Copa do Brasil). Resultado? O Cruzeiro chegou a final da Copa do Brasil mas simplesmente não teve pernas para bater um Atlético Mineiro embalado e mais fresco. A temporada foi bem-sucedida, mas não tanto quanto poderia ser. Outro diferencial que ainda pesa contra o Palmeiras: o Cruzeiro de Marcelo já tinha base montada e, um time que se conhece melhor, consegue descansar mais durante o jogo do que um que ainda não é tão mecanizado, como o Palmeiras.

Some a isso uma expressão recorrente na Academia de Futebol: elenco farto e homogêneo. Vários jogadores podem – e devem – ser utilizados mais vezes durante a reta do campeonato brasileiro, sobretudo em jogos que coincidem com semana de Copa do Brasil. Thiago Santos e Alecsandro, que não jogam a Copa do Brasil, devem ser titulares nessas datas. Allione voltou muito bem de lesão e com Robinho precisando de descanso, nada mais justo do que dar 90 minutos ao argentino. Fellype Gabriel ainda nem estreou e Cleiton Xavier está voltando de lesão – isso só pra falar em meias. João Paulo também já mostrou que é uma opção bem menos pior do que a torcida pinta e pode fazer a esquerda nas ausências de Zé e Egídio. Mouche e Victor Ramos também são exemplos de jogadores subutilizados.

Pode-se dizer que 4,6 dias de folga entre dois jogos não é tão ruim. Mas devemos ter em mente que em retas finais, os jogadores já estão longe do seu melhor fisicamente e que jogos decisivos, sobretudo os de mata-mata, exigem muito mais intensidade dos atletas. O Palmeiras conseguiu 10 dos 12 pontos disputados durante a suspensão de Dudu (Figueirense, Fluminense, Grêmio e SPFC) mas a sua volta é motivo de júbilo para a torcida. Descansado e com pernas pra jogar os últimos 15 jogos do ano, tem tudo para ser infernal e conduzir o Palmeiras ao seu objetivo: ser campeão da Copa do Brasil e ficar no G4 do Brasileirão. Depende dele, dos jogadores e da gestão do elenco – depende de Marcelo Oliveira.

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