sábado, 3 de agosto de 2013

[Pós-Jogo] Palmeiras 2 - 1 Bragantino

Foto: Terra
Por Felipe Portes

É sexta-feira à noite. Você sai numa dessas pra curtir o seu amor. Paga a entrada, se acomoda, está calor, mas você esfrega as mãos como se fizesse frio. Está ansioso, sabe que vai se divertir como esperou a semana toda. É meu amor pra cá, meu amor pra lá, pega de beijinho, a mão não para quieta. 

Nesse clima, o Palmeiras deitou o Bragantino no relvado e relembrou aquela cena de "Último tango em Paris", que Marlon Brando faz Maria Schneider com manteiga. E parece que foi tão bom pra eles que depois do segundo gol engataram um cochilo. Sim, o Palmeiras gozou e virou pra dormir. Sem avisar a parceira. Não rolou nem aquele "nossa, amor, foi muito bom, mas vamos tirar uma sonequinha?" Não mesmo, foi aquele sono imprevisível, quase narcoléptico. 

O Pacaembu estava com 22 mil pessoas nas arquibancadas e vimos um jogo muito intenso por parte do Verdão, que amassou o Braga sem dó nem piedade. Tocava bem a bola, explorava os espaços nas alas e constantemente tinha margem para fazer jogadas na linha de fundo. Um sonho realizado para quem perdeu a goleada de terça-feira. Hoje o horário foi bem cagado, inclusive eu mesmo fui jovem de trocar meu ingresso de última hora e peguei a maior fila. Por sorte a operação estava rápida e consegui entrar com um minuto de jogo.

Também devo acrescentar que não enxerguei muito bem de longe e não posso dizer quem é quem em campo, por isso excepcionalmente não darei notas individuais. Mas a formação e a postura do Parmera eu enxerguei, ah, enxerguei muito bem. Tanto é que fiquei animado com a iniciativa do primeiro tempo. Prass só faltava pedir o famoso cafezinho de São Marcos ou fazer abdominais, barra no travessão, jogar cruzadinha sentado na marca do pênalti. Só trabalhou no segundo tempo, justamente no cochilaço defensivo palmeirense.

A minha miopia era tanta que cheguei a pensar que o segundo gol tinha sido marcado por Alan Kardec. Sério. Não é nem ignorância de não saber quem era quem, era questão de visão precária. Prosseguindo, devo ressaltar a boa partida de Valdívia, que segurou muito bem a bola na meia e tocava na hora certa em que o marcador dos companheiros dava mais jardas para o avanço. Até o momento do segundo gol, feito pelo chileno, não havia muito o que reclamar na formação de Kleina. Depois daí, quase filme de terror.

Uma escapada do Bragantino aqui, outra escapada ali, a defesa bobeava mais que aquela menina chapada de Martini na balada que tropeça em todo mundo na pista. Chegasse o Ricardão com mais competência, levaria pra casa. Prass fez uma defesa monumental num chute da entrada da área e o pessoal na arquibancada já começava a ficar com aquele ar de "êee, que porra é essa?". Quatro escapadas, cinco escapadas, PIMBA, gol do Ricardão. 

O drink do Palmeiras esquentou, o limão estragou, alguém tava mais embriagado do que o comum e misturou energético sem perceber, e tome mais um ataque perigoso. Por alguns segundos o pessoal silenciou com medo de ver o empate. "CARAAAAALHOOOOO! ÔOOO FILHO DA PUUUUUTA" eram as reações mais comuns. Deu raiva dos vários cruzamentos errados e dos passes no vazio. E não tinha nervosismo, erravam por quê?

Em suma, meus amigos: dois golaços. Duas grandes jogadas de Valdívia, mas puta que pariu, Palmeiras, você não é o Barcelona pra ficar com gracinha apenas com 2 a 0 no placar. Charles precisa tomar o gardenal dele antes das próximas partidas e a meninada na lateral precisa treinar mais fundamento. Só marcar e voltar para a cobertura não é suficiente.

Excetuando esses minutos de naninha, o Palmeiras foi bem satisfatório. Poderia ter goleado. Dá pra esperar uma campanha digna na Copa do Brasil e um acesso mais do que confortável. Valeu, Parmera. Mas não brinca mais assim não, que o coração não aguenta.

Atualização: meu pai assistiu de casa o jogo e pode falar com mais propriedade. Aí ele resolveu complementar meu trabalho e dar as notas. Toma lá o Palmeiras jogador a jogador pelo ilustríssimo sr. Obson de Almeida.

NOTAS
Prass: 6 - Só jogou meio tempo
Luiz Felipe: 6 - Quando acertar outro canudo daqueles, leva 9,5, porque 10 só pro Divino e São Marcos.
Vilson: 5 - Em vez de suco parece que tomou uma vodka no intervalo , voltou meio zonzo.
Henrique: 5 - Tava junto com Vilson.
Juninho: 6 - Tinha um corredor e não subiu.
Marcio Araujo: 4 - Esse cara é ridículo.
Charles: 3 - Pela jogada do segundo gol e pela estupidez na expulsão.
Wesley: 6,5 - Manteve o bom nível das últimas partidas.
Valdivia: 8 - Resolveu, parece que o Mago voltou (putz, cedo demais pra essa afirmação, né?)
Leandro: 6,5 - Precisa aparecer mais, mostrou que sabe jogar.
Alan Kardec: 8 - Que golaçoooo!
Mendieta e Eguren: Não deu tempo para avaliar...

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