terça-feira, 16 de julho de 2013

[Coluna] Terror defensivo

Foto: Fckeddupp
Por Dimitrius Pulvirenti

Futebol agradável, duas goleadas, reforços que ainda não estrearam e críticas à defesa. Embora o Palmeiras tenha sofrido apenas um gol nas últimas três partidas, o sistema defensivo ainda não apresenta a segurança que o palmeirense espera, ainda mais contra rivais de qualidade técnica muito inferior, como o ABC. Há razões para ter medo?

O Palmeiras tem, de acordo com o site oficial, oito zagueiros. O número cai pra sete se lembrarmos que um deles, Luiz Gustavo, uma das principais promessas da base, está mudando de posição, treinando como lateral-direito. Outros três, Wellington, Marcus Vinicius e Tiago Martins, são jovens demais e terão que contar com bastante sorte para conseguirem alguma oportunidade em 2013. Sobram, portanto, Henrique, André Luiz, Vilson e Tiago Alves. Logo, se nada de sobrenatural acontecer, a dupla de zagueiros do Palmeiras será sempre alguma das possibilidades entre esses quatro zagueiros. 

Nas duas últimas partidas, a dupla de zaga foi formada por Henrique e André Luiz. O primeiro, com ótima primeira passagem e um dos grandes responsáveis pelo título da Copa do Brasil após ótimas apresentações como primeiro-volante, tem crédito com a torcida. As críticas caíram pelo desempenho insatisfatório pesaram, então, em André Luiz. Não sem fundamentos. O zagueiro, ídolo no Nancy, vem atuando apenas de forma regular, com muitas falhas em bolas aéreas. 

Imagem retirada do YouTube
É o caso da falha de posicionamento acima. Vem um cruzamento da esquerda, que passa por André Luiz, que sequer pula para alcançá-la. Marcando o centroavante, está Juninho, lateral e com baixa estatura. A marcação deveria ser oposta: André Luiz mais próximo do atacante do Oeste e Juninho cobrindo o lateral que vem se aproximando da área. Contudo, André Luiz não foi o único a falhar nessa partida. 

Imagem retirada do YouTube
No lance acima, é Henrique quem se descuida da marcação e André Luiz fica responsável por marcar dois jogadores. O cruzamento vem para o jogador mais aberto, que erra o chute.

Mas o problema está mesmo na dupla de zagueiros ou no sistema defensivo como um todo? Como os laterais e volantes ajudam quando o adversário tem a posse de bola?

Outro lance, com a bola rolando, mostra mais uma falha de marcação: 

Imagem retirada do YouTube
Aqui, o jogador com a bola tinha duas boas opções de jogada: tocar para o jogador vindo do meio (linha amarela), com marcação livre, ou lançar para o jogador que está invadindo a área (linha verde). Ele escolhe a segundo, e o jogador acerta na trave. Dessa vez, o erro é do Juninho, que abandona a linha para acompanhar o atacante, dando condição para o outro entrar sozinho na área sem impedimento. Caso Juninho estivesse na linha, o adversário, para ter condição, deveria estar entre os dois zagueiros. Mas Juninho não foi o único. A recomposição dos volantes foi lenta, dando algumas opções de passe além das que já citei, como retornar para o meio ou inverter a jogada. 

Em que pese certa tendência do torcedor em encontrar um bode expiatório, responsável por todos os problemas e cuja saída do time será a solução, as falhas são, em sua maioria, de entrosamento, não técnicas. De posicionamento, atenção e obediência ao sistema, nas três imagens. Contra o Figueirense, Henrique deixa o time para o provável retorno de Vilson. Um zagueiro que não passa segurança, outro voltando de contusão, um adversário mais qualificado que Oeste e ABC e que trará mais perigos para a defesa. "Vamos jogar um jogo?"

Um comentário:

  1. O Henrique ultimamente vem jogando apenas com o nome, atravessa a pior fase por aqui, mas ele sabemos que dá para render mais. Já o André Luiz serve no máximo para a reserva, ele se posiciona mal e é lento demais, parece que foi picado pela mosca do sono.

    Cabe ao Kleina verificar essas falhas defensivas e reposicionar e até mesmo escalar outros jogadoes. O Vilson tá babando por essa vaga.

    Novamente, bela análise tática.

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