quinta-feira, 11 de julho de 2013

[Especial] Um ano depois - mas parece que foi há um século

Foto: Alex Silva/Agência Estado
Por Fernando Cesarotti

Curitiba, 11 de julho de 2012. Faz um ano que o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil, com um empate épico no Couto Pereira, calando a ensandecida torcida do Coxa e mostrando a quem quisesse ouvir: sim, ainda somos grandes, voltamos a ganhar títulos, temos um grande técnico, nos aguardem.

Faz um ano, mas parece que foi duas ou três eras glaciais atrás. E o que temos é um time na Série B, fazendo uma campanha não mais do que honesta, eliminado da Libertadores por seus próprios erros e à espera de uma nova Copa do Brasil como se fosse um Santo Graal, mas cuja conquista parece ainda mais improvável que a de 2012.

Foto: Adriano Lima/Terra
Vários dos heróis daquela conquista já não estão mais por aqui, à exceção de Valdivia e seu eterno retorno. E não só não estão mais por aqui como não deixaram saudade, seja pela completa incompetência e improvável heroísmo, casos de Betinho e Thiago Heleno, seja pela incapacidade conjunta de diretoria e dos próprios jogadores de preservar o respeito, casos de Barcos e Marcos Assunção.

E o que sobrou? Continuamos tendo um time mediano, um técnico mediano... e a Série B. Com uma campanha mediana, inclusive, já que estar no G-4 é obrigação, e o desempenho ofensivo é pífio – foram oito gols antes da Copa das Confederações e a goleada contra o Oeste, até agora, foi um ponto fora da curva. Há reforços, mas nenhum deles é uma unanimidade, e convenhamos que seria pouco, muito pouco, se o desafio fosse brigar no Brasileirão de verdade. Como será pouco na hora em que formos encarar tais adversários de olho na Copa do Brasil e na chance de brigar para estar na Libertadores no ano do centenário.

O que mais me dói, ao pensar em um ano atrás, é a sensação de que o Palmeiras continua parado no tempo. Há uma nova diretoria, uma promessa de modernidade, um CEO, uma equipe de marketing – e no entanto cada contratação é um parto, os jogadores que chegam continuam não sendo nenhuma sumidade e a camisa tem um calhau no lugar do patrocinador principal. Haverá quem me conteste, dizendo que não é bem assim, mas é difícil ter outra sensação ao ver que o time, no primeiro jogo depois de quase um mês de paralisação do campeonato, teve em campo 11 titulares que já estavam lá antes.

E pensar em 2014, então, me dá uma dor de barriga tremenda. Não acredito que o time não vai subir, seria o maior vexame entre os muitos dos últimos anos, mas só estar de volta à primeira divisão é muito pouco para o Palmeiras no ano de seu centenário. Vai continuar a mesma conversa do “não temos dinheiro”? A mesma espera bizarra por uma atuação boa do Valdivia, ou mesmo pela presença dele em campo? O programa de sócio-torcedor vai continuar sendo empurrado goela abaixo para servir como solução compulsória a uma política estapafúrdia de preços? Haverá algum craque, mas craque  dos bons, mesmo?

E pensar que um ano atrás estávamos tão felizes...

Um comentário:

  1. É uma reflexão mas há muitas variáveis para que 2014 seja diferente, ou ruim como você descreve.

    Mas de fato:há um ano estávamos muito felizes!

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