[Paulistão] A vitória dos remendados

Foto: Globoesporte.com

por Felipe Portes

Mas ora só se não vencemos na estreia do Paulistão, de virada, debaixo de um sol escaldante e com o time todo remendado pelo início da temporada. Não podemos botar muito defeito e a verdade é que a atuação foi satisfatória se analisarmos todas essas condições envolvidas. Ao começar com um 2 a 1 no Linense, o Palmeiras começou o ano do Centenário como se espera: mostrando muita vontade de vencer.

É libertador iniciar o ano sem botar muita fé no time e ver uma partida como essa. Claro que não foi lá uma vitória que mostre que somos o melhor time do Brasil, muito pelo contrário. Mas no frigir dos ovos, o trabalho feito contra um Linense acertadinho, prova que o Palmeiras pode ser bem competente se fizer o seu máximo.

Esqueça todos aqueles jogos tediosos da Série B. Não há mais o peso da obrigação de vencer cada jogo por dois ou três a zero. Apesar do início sonolento, natural para os primeiros minutos de toda uma temporada, o jogo do Pacaembu foi sim uma prova de valentia por parte do alviverde. Fala sério, quando você ia imaginar que Mazinho seria o homem do jogo? Se ao longo de 2013 reclamamos da falta de emoção, hoje foi um prato cheio delas, a começar pelos lances controversos que originaram o gol do Elefante. Duas faltas não marcadas e um gol de Anselmo, fazendo valer a famigerada Lei do ex contra o Palmeiras.

Os prognósticos diziam que seria um jogo amarrado, até a formação escolhida por Kleina mostrou isso. Três volantes num jogo contra time pequeno pelo Paulistão. Se isso não é cautela demais, preciso rever meus conceitos. Entrar com baixa expectativa diante do Linense foi um plano que assegurou a tranquilidade nessa bela tarde de sábado.

No Pacaembu, um calor de matar. Em campo, um time desfalcado de seus principais reforços para o ano, até mesmo dos que foram a base de 2013. Não dá muito para criticar Kleina pelo cuidado excessivo, já que ele tinha um elenco remendado à sua disposição. Sem uma grande referência no meio-campo e apostando fichas na estreia de Diogo ao lado de Alan Kardec, o treinador teve no gol do Linense uma boa chance de alterar a sua estratégia. 

Com a lesão de Tiago Alves, Gilson optou por colocar Felipe Menezes, o leão de treino. O rapaz, que fez um gol do meio campo num rachão esta semana, entrou e tirou o peso das costas de Mazinho, que também estava como volante (vai entender). Deslocado para a zaga, Marcelo Oliveira pôde enfim ser feliz com suas claras limitações, apenas tendo de marcar e chutar para a frente.

Fato é que o gol adversário saiu num momento em que o Palmeiras hesitava demais, ainda encontrava uma forma eficiente para penetrar na defesa alvirrubra. A punição foi encarada de forma madura pelo Verdão, que não perdeu tempo e se lançou ao ataque, como deveria ser de praxe num momento como aquele. Imagina só estrear na temporada levando uma naba, em casa, do Linense. Seria mesmo trágico.

Não foi, e nem por questão de sorte. Quem não chora, não mama, e o Palmeiras esperneou até conseguir o que queria, muito graças a Mazinho. Ele que perdeu dois gols feitos antes de empatar. Parecia ser um dia terrível para o BLACK MESSI, mas felizmente não foi desta vez. Além do golaço, Mazinho deu a assistência para a jogada incrível de Alan Kardec no gol da vitória. Numa tarde em que não estivemos em boa forma física, a vontade foi mesmo o elemento decisivo.

E que assim seja durante todo esse ano. O que deve se esperar do Palmeiras é a gana, é o sangue no olho, é aquela determinação que tanto elogiamos nos times vencedores. Foi só o primeiro capítulo, amigos. Tomara que essa história tenha final feliz. 

FICHA TÉCNICA

Palmeiras 2-1 Linense

Pacaembu

Paulistão, primeira fase

Palmeiras: Prass, Henrique, Tiago Alves (Felipe Menezes), Juninho, Serginho, Renatinho, Marcelo Oliveira, Wesley (França), Mazinho (Vinícius), Diogo e Alan Kardec. Técnico: Gilson Kleina

Linense: Anderson, Gedeílson (Rodriguinho), Tobi, Alex Morais, João Lucas, Marcelo, Thiago Santos, Leandro Ferreira (Oliveira), Fernandinho, João Paulo (Branquinho) e Anselmo. Técnico: Bruno Quadros

Gols: Anselmo (35/1T), Mazinho (13/2T) e Alan Kardec (22/2T)