domingo, 26 de janeiro de 2014

[Paulistão] Uma goleada com a cabeça no lugar

Foto: GloboEsporte.com
por Felipe Portes


Tirando alguns minutos do primeiro tempo, não há muito o que se reclamar sobre a atuação de hoje do Palmeiras contra o Atlético Sorocaba. Verdade que o time demorou a acordar, mas o resultado de 4 a 1 foi justo e até pouco em relação ao que realmente merecíamos ao fim da partida. 

O Palmeiras foi sério, foi grande, foi competente. É o que se espera desse ano, no retorno à Série A. Esqueça o jogo sonolento contra o Comercial. O Sorocaba era um tanto a mais competente do que o time de Ribeirão Preto e provou isso no começo, quando Ewerthon abriu o placar em uma das várias chances que teve para marcar.

Lúcio e Henrique estavam cochilando em campo quando o ex-palmeirense dividiu com Prass e mandou para a rede. Parecia que o Verdão iria dar mole como se acostumou a fazer na Série B. Parecia. Uma reação foi arquitetada ainda no primeiro tempo e após o intervalo, o jogo definitivamente virou ao favor do alviverde. O ataque funcionou, o meio campo acordou e a defesa não comprometeu mais. 

E que golaço marcou Valdivia. Dominou e teve reflexo para chutar assim que o zagueiro encostava para tentar o bote. Wendel, quem diria, jogou uma bola absurda e deixou de ser aquele mero secretário, passador de recado, office boy. O lateral fez pelo menos quatro jogadas importantes no jogo, além da assistência no primeiro gol. 

Objetivo, determinado e sem dar chance para o azar, o Palmeiras foi para o ataque com tudo que sabia e massacrou o pobre Sorocaba. Leandro entortou o zagueiro e bateu mal, mas fez o gol. Depois, o estreante Marquinhos Gabriel deu um passe açucarado para Juninho marcar. Marquinhos estava tão inspirado que tornou a fazer uma assistência, desta vez para Wesley, que só empurrou para a rede com o gol livre. Ora, se o meio campo funciona e consegue encostar bem no ataque, deixando os atacantes trabalharem como se espera, o que é que temos a reclamar?

Valdivia esteve muito bem, interessado no jogo, não deixou a desejar e foi a força que levou os colegas ao resultado construído até o apito final. Quem também merece nota é Leandro, que mais uma vez agiu quando foi exigido. O drible que aplicou no zagueiro antes do gol da virada foi incrível, com muita frieza. Hoje os principais destaques palmeirenses desempenharam bom papel, numa tarde de futebol muito convincente.

É tudo questão de forma física. O Palmeiras está ganhando ainda as suas feições para as competições de 2014. Não se vê preguiça, não se vê aquele jogo entediante que marcou 2013. E isso é uma grande evolução. As três vitórias foram uma amostra da evolução a que o time está passando nas mãos de Kleina, que também merece seu crédito pelas alterações efetuadas. Não só nos jogadores, mas na postura do time.

Os clássicos serão melhores parâmetros do que pequenos que aparecem no caminho do alviverde, certamente. Precisamos mesmo nos provar contra grandes, pois essa será a realidade no Brasileirão. Mas a principal mudança a ser notada é a seriedade. Seriedade de encarar os pequenos com a grandeza necessária. 

Temos um bom início, uma boa base e boas perspectivas com esse estilo fluído. Sem burocracia, sem não me toques, sem enfeite. A simplicidade se faz necessária e nisso estamos indo muito bem. Finalmente conseguimos saber a hora de vencer e o que fazer para sair de situações delicadas nas partidas. Outro ponto para Kleina.

Em plena forma e sem desfalques, o Palmeiras será concorrente. E ai de quem olhar com desdém.

FICHA TÉCNICA
Atlético Sorocaba 1-4 Palmeiras
Estádio Walter Ribeiro
Paulistão, primeira fase
Atlético Sorocaba: Fabio, Fabão, Fabinho Capixaba, Montoya, Alex Reinaldo (Allan), Kasado (Michel), Boquita, Chico, Douglas Packer, Alex William (Jefferson Maranhão) e Ewerthon. Técnico: Ivan Baitello
Palmeiras: Fernando Prass, Henrique, Lúcio, Juninho, Wendel, Marcelo Oliveira, Wesley, Valdivia (Felipe Menezes), Mazinho (Marquinhos Gabriel), Leandro (Mendieta) e Alan Kardec. Técnico: Gilson Kleina
Gols: Ewerthon 13/1T, Valdivia 21/1T, Leandro 22/2T, Juninho 30/2T, Wesley 47/2T.

Um comentário:

  1. O que me deixou mais aliviado é saber que temos opções no banco e outros que virão. Neste ano corrido, se não tiver elenco, não ganha.

    Qualquer que seja o resultado deste Paulista, esse grupo estará em ponto de bala no Brasileiro.

    Outro ponto interessante é que o time parece ter criado uma unidade que sabe a hora de jogar. Isso pode ser hábito herdado daquelas viradas na série B. Pode ser algo bom saber administrar o jogo, mas é arriscado também.

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