sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

[Paulistão] Primeiros passos

Foto: Tiago Calil/Agência Estado
por Dimitrius Pulvirenti

Se Palmeiras e Comercial se enfrentassem em março, o Palmeiras deveria ter jogado bem melhor. Para a segunda rodada, fez o que era importante: deu um passo adiante na formação de um time sólido. Se Palmeiras e Comercial se enfrentassem em março, o Palmeiras deveria ter goleado. Mas o Palmeiras não precisa golear agora - e nem deve. Para andar de carro, é preciso aprender a andar.

Agora o momento é de perceber os defeitos e de corrigí-los, de testar todos os jogadores e ver quem é melhor. Era hora de ver se o Lúcio ainda pode jogar profissionalmente e descobrir qual é a do William Matheus. Com o gol no início, o Palmeiras jogou sem pressão durante boa parte da partida e se saiu bem. Teve problemas na marcação no meio-campo, apesar do ótimo trabalho de Renato e Marcelo Oliveira, e pouca criatividade, pela ausência de um camisa 10.

Lúcio cometeu algumas falhas no primeiro tempo, inclusive uma que poderia ter resultado em gol do Comercial. No segundo tempo, melhorou bastante. Não se engane, torcedor: será difícil para o Lúcio. Todos estão prestando atenção nele e nenhum erro passará batido. A melhora no segundo tempo é um alento porque mostra que, fisicamente, Lúcio está bem. Falta a velocidade, que pode ser compensada com mais ritmo, bom posicionamento e esquema tático. O Comercial é um time muito ruim, mas Lúcio ao menos nos deu motivos para acreditar.

Se todas as atenções estavam voltadas para a atuação do pentacampeão, Henrique, sem ser o principal zagueiro - ao menos no nome - fez sua melhor partida com a camisa do Palmeiras em muito tempo. Mas deve ter sido também porque o Palmeiras quitou a dívida que tinha com ele. Todos jogaríamos melhor com 1 milhão na conta. Outro estreante da noite, William Matheus foi muito bem, tanto na defesa quanto no ataque. Marcelo Oliveira, ora zagueiro, ora volante, fez uma bela partida. Se continuar nesse ritmo, pode ter motivos para reivindicar a titularidade.

A torcida irá criticar Kleina até ele ganhar um título e tem certa razão nisso, mas hoje o lituano (proj. @luizraatz) merece elogios. O Comercial não conseguiu pressionar em nenhum momento do jogo e gostei da alternância entre três zagueiros quando o Comercial estava com a bola e dois zagueiros quando o Palmeiras atacava.

O Palmeiras é um time em formação e muitos jogadores ainda vão entrar nesse time, principalmente Valdivia, Bruno César e Leandro, que deverão aumentar consideravelmente o poderio ofensivo. Evolução em campo, agora, é muito mais importante do que qualquer goleada.

QUEM FOI BEM

Renato teve problemas marcando na entrada da área sem a ajuda de Marcelo Oliveira, que se tornava em zagueiro, mas fez uma partida interessantíssima para um jovem. Olho nele. William Matheus foi muito bem, mas não vamos cuspir no prato que comemos: além do gol, Juninho também não deixou a desejar.

QUEM FOI MAL

Mazinho, em dois jogos, reencenou sua passagem pelo Palmeiras. Começou muito bem, fazendo gols, decidindo jogos, aparecendo em momentos decisivos. Terminou errando tudo o que tentava. Qual é o verdadeiro Mazinho?

Eu não sei o que dizer do Serginho. Há momentos em que faz boas jogadas, mas há outros que é melhor esquecer. Alan Kardec também fez uma partida bem abaixo da média.


FICHA TÉCNICA COMERCIAL 0 X 2 PALMEIRAS
Local: estádio Dr. Francisco de Palma Travassos, em Ribeirão Preto (SP)
Data: 23 de janeiro de 2013, quinta-feira
Horário: 21 horas (de Brasília)
Público: 8.815 pagantes
Renda: R$ 420.415,00
Árbitro: Welton Orlando Wohnrath (SP)
COMERCIAL: Júlio Sérgio; Graffite (Leandrinho), Edimar, Renê e Wilian Simões; Xaves, Marcus Winícius e Cacá (Leandro Oliveira); Marcelo Toscano, Cassiano Bodini e Macena (Rodrigo Jesus) Técnico: Toninho Cecílio
PALMEIRAS: Fernando Prass; Wendel, Lúcio, Henrique e Juninho (William Matheus); Marcelo Oliveira e Renato (França); Serginho, Wesley (Felipe Menezes) e Mazinho; Alan Kardec

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