terça-feira, 8 de outubro de 2013

[Coluna] E SE #4 - E se Tite ficasse no Palmeiras?

Foto: Diário de S. Paulo
por Dimitrius Pulvirenti

Tite, campeão brasileiro, da Libertadores, do Mundial. Belíssimo trabalho no Corinthians até o momento. Há quem diga que seja o maior técnico da história deles. Em 2006, Adenor foi treinador do Palmeiras. Em última análise, foi ele quem nos salvou do segundo rebaixamento em menos de cinco anos após ficar 11 jogos sem perder após a parada da Copa do Mundo (muito por causa dos 11 jogos encantados, é verdade). Pediu demissão após uma derrota contra o Santa Cruz, em Recife, quando Salvador Hugo Palaia fez a seguinte declaração no vestiário: "Cala a boca". Mas... E SE?

O time estava desconsolado. Após a derrota para o Santa Cruz por 3 a 2, o fantasma do rebaixamento voltava a amedrontar os jogadores. O clima ficou ainda pior quando chegou a notícia de que Salvador Hugo Palaia, o diretor de futebol, havia dito para Tite calar a boca quanto as atuações da arbitragem. Tite não acreditava em tamanha falta de suporte. Foi a gota d'água para Tite pedir demissão. Já não aguentava Palaia durante o dia-a-dia, mas havia mantido suas restrições em sigilo pelo bem do grupo. Mas agora o diretor havia passado do limite.

- Ou ele ou eu - disse ao vice-presidente José Cyrillo Júnior.
- Tite, é o Palaia, você sabe como ele é...
- Sim, eu sei. E é por isso que quero sair.

Cyrillo e Della Monica gostavam do treinador. Mas Palaia traria votos importantíssimos para a eleição do ano seguinte. Ainda mais agora que Mustafá não o apoiava mais. Della Monica estava em um dilema: se o time fosse rebaixado seria ainda pior. Um fracasso dessa magnitude acabaria com as chances de sua reeleição. Era hora de afastar Palaia. Em seu lugar, entraria Roberto Frizzo.

Acervo Folha - É, olha aí quem era a alternativa ao Palaia!
Tite acabou mesmo por salvar o Palmeiras do rebaixamento e foi mantido em 2007. Della Monica, entretanto, não conseguiu garantir a reeleição. Palaia acabou mesmo sendo o fator decisivo à eleição e apoiou o candidato de Mustafá Contursi, Mário Giannini, diretor de futebol durante a Série B.

Tite permaneceu, mas o Palmeiras voltou à política do bom e barato e ele acabou não durando muito e foi demitido. Conhecido de Giannini da campanha de 2003, Jair Picerni voltou ao Palmeiras. Sem sucesso, o Palmeiras acabou rebaixado. 

Edmundo, o único jogador de nome na equipe, terminava sua última passagem pelo Palmeiras de maneira melancólica. Sem a chegada de Caio Júnior em 2007, Valdivia, que foi utilizado em apenas SEIS JOGOS por Tite, todos como reserva, se desmotivou e acabou tendo problemas de disciplina. Seu empresário, Juan Figger, acabou levando-o ao São Paulo, substituindo Danilo, que foi para o Kashima Antlers. Valdivia virou ídolo do time do Jardim Leonor.

CONCLUSÃO

A saída de Tite do Palmeiras foi injusta. Ele acabou sendo recompensado pelos DEUSES DO FUTEBOL com os títulos dos últimos anos, enquanto o Palmeiras foi punido com, bem, a atual realidade. Entretanto, se Della Monica tivesse optado por Tite em detrimento de Palaia, possivelmente estaríamos AINDA PIORES do que hoje. O fato de Palaia ter saído apenas no final do ano para a entrada de Gilberto Cipullo estancou qualquer vendetta do dirigente que acabou apoiando Della Monica para um segundo mandato que, bem ou mal, trouxe um título e promoveu certa abertura política, o que não aconteceria num eventual mandato de um candidato de Mustafá.

2 comentários:

  1. Gosto de "e se" nos quadrinhos. No futebol parece exercício de futurologia. Mas entrando na brincadeira, "e se Felipão não tivesse dito que ficaria feliz em perder para o curintia só para salvar a pele do empatite?".

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