sexta-feira, 13 de setembro de 2013

[Memória] Didi Mocó e o corneteiro

Calma, essa foto é de 2011 - Lancenet
por Felipe Portes

Primeiramente gostaria de salientar que Wellington Paulista nunca me enganou. Assim como outras centenas de jogadores que diziam torcer para o Palmeiras e vieram jogar aqui, este fracassou vergonhosamente e deve ter saído com menos de três gols em 2011. Não, não vou abrir a Wikipedia e constatar que eu tirei alguns tentos do rapaz, deixa assim mesmo. 

O ponto é que apesar dele nunca ter enganado ninguém, em certo dia no Canindé tive um acesso de riso ao lado de um senhor que representa toda aquela massa corneteira italiana, que de italiana não tem nada, só o sotaque forçado e pobre de um ator coadjuvante da novela das 9. [O amigo internauta mais ligado perceberá que este é um tema recorrente nas redes sociais. O Impedimento publicou um relato de um botafoguense que tem raiva do Seedorf, e numa rápida discussão com o ilustre Fernando Cesarotti, me recordei desse dia no estádio da Lusa. É isso, pode seguir com a leitura.]

Pois neste mesmo 2011 que eu dizia lá em cima, fui com a irmã e o amigo Pedro para prestigiar o Parmera, que naquele ponto do campeonato estava muito bem, acredite. Recebia o Atlético Goianiense. Para que o senhor soltasse o atirador de amendoim em direção ao banco do Parmera, não precisamos de muito. Apenas que um perdido Wellington Paulista estivesse em campo fazendo o que sempre faz: trapalhadas. 

Foi então que no primeiro tempo, apesar da vitória parcial, este senhor voltou seu canhão de críticas e xingamentos carregados de sotaque ao nosso então camisa 9. Para quem não se lembra, quem jogou barbaridade naquela noite foi Maikon Leite, que estreava no time. 

Wellington havia perdido algumas chances e bolas fáceis com certo espaço no campo. E lá foi o anônimo pseudo-italiano em sua jornada de fúria (leia com sotaque forçado de italiano velho): "mas esse Welinto só faz trapalhada. É brincadeira, mêu. Purra, como é que o Felipão me insiste com esse cara, bicho?" "Ai, Welinto, seu bosta! Sai daí, cê parece o Didi Mocó, mêu!" "Só falta levar uma torta na cara do juiz!" "Tô falando que esse cara é um lixo! Ele se mexe como se estivesse com uma fralda suja! Sai daí, Welinto! Tá maluco, Felipão? Tira esse cara daí!" "Tá apanhando da bola, correndo pro lado errado, tá errando tudo! Porra, Welinto! Que cacete, cê vai me fazer ter um piriri aqui na arquibancada, mêu! Eeeeta Parmera!"... e atirou um saco de pipoca quase na grade.

O palmeirense comum que vai ao estádio (ou já foi em setores perto da famosa turma do amendoim) sabe que esse tipo de tio carrega a amargura de ter visto a Academia. E que anos depois, foi obrigado a pagar ingresso pra ver Alceu, Misso, Rovílson, Alex Afonso, faz bico e esperneia nas arquibancadas. Não é que ele tenha sempre razão, mas precisamos entender o que é acompanhar de perto um período de decadência.

Para quem não é tão ácido quanto aquele senhor, é importante observar que a passagem de Wellington pelo Palmeiras realmente foi um compilado de bobagens e gols perdidos. Sim, depois daquele dia eu nunca mais vi Wellington em campo sem imaginar a vinheta dos Trapalhões. Nesse ponto tenho muito a agradecer ao vovô corneta.

*Atualização com link do amigo Luiz Raatz: Wellington Paulista NÃO MARCOU gols pelo Palmeiras. 

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