domingo, 2 de fevereiro de 2014

[Paulistão] É assim que se vence um clássico

Foto: GloboEsporte.com
por Felipe Portes

Como é bom ver o Palmeiras atropelando num clássico. Parecia que demorariam longas décadas até uma partida convincente diante de um rival como aconteceu hoje. Tendo em vista a bola jogada pelo Verdão contra o São Paulo, por um bom tempo o tema freguesia vai ficar para trás.

O domingo estava com toda a pinta de que seria animado. Sol forte no Pacaembu, bom público e uma série de vitórias por parte do Palmeiras. Do lado de lá, o São Paulo emplacou uma goleada contra o Rio Claro e encarou críticas pelos três gols sofridos. Os dois rivais chegavam motivados. Mas só um deles poderia comemorar alguma coisa. Esse time foi o Palmeiras, que fez 2 a 0 e não deu chance para o azar em nenhum momento.

Era de se esperar que depois de tanto tempo sem jogar um clássico, o alviverde entrasse com a faca entre os dentes. Afinal, a intenção é se afirmar. E não existe afirmação como sério candidato sem derrotar outros sérios candidatos, sobretudo se forem grandes. No momento em que o juiz reserva apitou para o fim do jogo, várias almas palestrinas foram lavadas nas arquibancadas, nos sofás, nos bares, em qualquer lugar.

Foi uma vitória mais do que convincente. Foi um atropelamento, uma aula tática, física e motivacional. Não houve espaço para que o São Paulo fizesse o seu jogo e esse mérito é da formação escolhida por Kleina. A zaga esteve muito bem posicionada e com excelente tempo de bola, o meio-campo encostava bem no ataque. Evidente que ainda poderia ter sido mais fácil caso Muricy não tivesse optado por uma marcação tão apertada quanto a nossa. Mas ainda assim, foi um banho de futebol.

A vitória foi tão incontestável que até Valdivia fez um gol de cabeça, livre da marcação dentro da área de Rogério Ceni. E depois de alguns pênaltis e faltas não marcadas, o árbitro finalmente assinalou a penalidade numa falta de Rodrigo Caio em cima de Alan Kardec. Uma goleada não seria tão absurda se levarmos em consideração o ritmo palmeirense e a superioridade técnica em campo. Só foi surpreendente mesmo voltar a vencer um clássico dominando dessa forma. 

Muricy há de pensar com os seus botões numa forma mais eficiente de encarar um grande adversário na disputa do título. Poderia muito bem tomar umas aulinhas com Kleina, que soube fazer exatamente o que se espera de um time vencedor: neutralizar quase todas as qualidades do oponente. É assim que se faz, é assim que esperamos que o Palmeiras entre no próximo dérbi, desta vez contra o Corinthians.

Estávamos com saudade dessa tensão que é enfrentar alguém do trio de ferro. Mais saudade ainda de vencer e encher a boca para falar do partidaço executado pelos homens de branco nesta tarde. Uma tarde de domingo para não botar nenhum defeito. 

Sigamos com os pés no chão. Mas extravasando toda a alegria que é vencer um clássico com estádio lotado num dia como esse. O nosso centenário começou com muita dignidade.

FICHA TÉCNICA
Palmeiras 2-0 São Paulo
Pacaembu
Paulistão, primeira fase
Palmeiras: Fernando Prass, Wellington (França), Lúcio, Juninho, Wendel, Marcelo Oliveira, Wesley, Valdivia, Mazinho (Diogo), Alan Kardec e Leandro (Marquinhos Gabriel). Técnico: Gilson Kleina
São Paulo: Rogério Ceni, Rodrigo Caio, Antônio Carlos, Álvaro Pereira, Luís Ricardo, Wellington, Maicon, Ganso (Ewandro), Osvaldo (Jadson), Luís Fabiano e Ademílson. Técnico: Muricy Ramalho 
Gols: Valdivia (23/1T), Alan Kardec (33/2T)

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