domingo, 16 de fevereiro de 2014

[Paulistão] Hoje também fui pequeno, Palmeiras

Foto: Marcos Ribolli
por Dimitrius Pulvirenti

Duvidei, não nego. Fiquei puto, é verdade. Aos que se ofenderam, desculpas. Me irritei por ver um Palmeiras que, mais uma vez, quando a hora do soco surge, se tem agachado para fora da possibilidade do soco, tão típico de mim. Um Palmeiras que, nos últimos anos, sofre enxovalhos e calado. Sempre calado. Um Palmeiras que, quando pode - como hoje! -, insiste em não gritar para todos ouvirem: EU SOU GRANDE. Assim como eu também não faço.

O empate não muda a situação tranquila do Palmeiras na tabela. Ainda pode ser considerado favorito ao título. Contudo, quem acredita não o faz por hoje, mas apesar de hoje. Um time que em nenhum momento controlou a partida. Que, mesmo atrás no placar, sofreu pra criar chances de gol, que saiu apenas numa ótima jogada individual de Alan Kardec e não por qualquer trabalho coletivo mais elaborado.

O Palmeiras e a torcida palmeirense estão sedentos por uma afirmação, uma partida que nos liberte para conversar com os outros de cabeça erguida. De poder falar que o Alan Kardec merece ser convocado sem isso soar como uma piada! Um jogo que nos faça acreditar que somos capazes de vencer no campo porque somos melhores, temos mais time e não temos medo. Um jogo que nos faça tratar qualquer derrota como uma pedra no caminho certo que estamos seguindo.

Porém, fomos para o jogo, eu e o Palmeiras, com medo de perder essa sensação de segurança. Jogamos como se preferíssemos que o jogo não fosse hoje, como se quiséssemos evitar a menor possibilidade de algo dar errado. Nós fomos pequenos, Palmeiras, jogando e sofrendo a angústia das pequenas coisas ridículas que é uma campanha um pouco melhor ou pior no início do Paulistão, não o desejo pela taça, muito mais importante. Com medo da dúvida, fomos para o jogo incertos de quem somos.

Critiquei, no início do ano, aqueles que se entregaram para o discurso de que o Palmeiras contratava mal, era uma bagunça e fazia tudo errado. Critiquei aqueles que aceitavam a ideia dos outros de que o Palmeiras não merecia ser levado em conta. Mas, hoje, quando tomamos o inevitável soco na cara, Palmeiras, fingi que foi só com você.

Mas teremos que tomar muitos socos juntos, Palmeiras. Não é possível que há apenas nós de vis e errôneos nesse mundo. Hoje, tivemos medo de errar, medo de perder e isso não nos levou a lugar algum. Se precisamos gritar que somos grandes ou de um jogo para nos afirmar, não pode ser para os outros, mas para nós. Eles que se explodam: estou farto de semideuses!

Vamos em frente: apesar de hoje, estamos no caminho certo.

2 comentários:

  1. O Palmeiras começou a perder a superioridade quando aceitou livrar a pressão do rival naquela coletiva bizarra - arquitetada pelo assessor de imprensa gambá. Quando o Palmeiras aceita isso, se coloca como pequeno. Somos nosso maior inimigo.

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