Foto: Carlos Costa/Futura Press |
por Marcelo Grava
De certa forma, lembrava as partidas do Palmeiras na Série B
antes da Copa das Confederações: sequência de resultados irregulares, time
remendado por conta de múltiplos desfalques, jogando fora do esquema tático
habitual e contra um adversário inferior tecnicamente. Ocorre que o oponente em
questão era o Atlético/GO, constante algoz alviverde nos últimos anos (incluindo
eliminação da Copa do Brasil e goleada por 3x0 em pleno Pacaembu no aniversário
do Palmeiras em 2010), e não precisou de muito para que o espírito parmerista
se afundasse em pessimismo.
É verdade, porém, que os desfalques não eram pontuais. Os
convocados Valdívia, Eguren e Henrique, mais o suspenso Mendieta e os
machucados Fernandinho, Juninho, Ananias e Marcelo Oliveira ficaram de fora e
Gilson Kleina foi obrigado a escalar Wendel na lateral esquerda. Como se
compensasse esse PECADO CAPITAL, o açougueiro lituano mandou a campo três
atacantes: Vinicius, Alan Kardec e Leandro, com este jogando na frente embora
algumas escalações insistam em botá-lo como meia.
O trio ofensivo já começou amassando o Atlético. Em cinco
minutos, Vinicius criou duas boas jogadas pela ponta que Leandro, centralizado,
desperdiçou por displicência. Na primeira, embora impedido, perdeu cara a cara
com o goleiro, e na segunda recebeu dentro da área depois de Vinishow chapelar
duas vezes Edinei (que mais tarde tomaria um terceiro) e chutou pra fora.
Articulada por Wesley e Felipe Menezes no meio, a equipe
precisou de alguns bons toques de bola em um intervalo de três minutos pra
marcar duas vezes. Na primeira, Wesley bateu escanteio e Kardec subiu sozinho
pra escorar. Antes que o Dragão se recompusesse, Luís Felipe chutou de longe, o
goleiro bateu roupa e o discípulo de Henry foi derrubado dentro da área,
convertendo o pênalti em seguida. Em 15 minutos, o Palmeiras fez o mesmo número
de gols que nos três jogos anteriores e montou um placar aliviante diante das
más expectativas pré-jogo.
Conhecendo a infâmia de um 2x0, o parcimonioso escrete de
Kleina passou o resto da primeira etapa deixando o Atlético jogar. Os goianos,
sem qualquer dificuldade, acharam os espaços de sempre na retaguarda alviverde
mas, graças à consistência da dupla de zaga Vilson e Tiago Alves, não levaram
perigo à meta de Prass apesar do gás fornecido pela entrada do eterno JOHN
LENNON na equipe.
Com Lennon e Michael Jackson como referências, o Atlético ao
menos ofereceu um banquete de trocadilhos para jornalistas pouco afortunados
escalados pra cobrir uma partida de Série B num feriado nacional. Para auxiliar
as SINAPSES, um dos refletores do estádio Juscelino Kubitschek, na interiorana
Itumbiara (o Dragão jogou fora de Goiânia por um conta de um evento gospel no
Serra Dourada) se apagou e paralisou o jogo por alguns minutos, até que o
destemido arqueiro alviverde autorizou o reinício da peleja.
Prass, que já fizera uma bela defesa em dois tempos em lance
com MJ no começo da segunda etapa, ainda tomou um susto num chute de longe (e
NÃO PODERIA RECLAMAR, segundo o moralista globoesporte.com). Do outro lado, o
trio de atacantes parmerista seguiu criando praticamente todas as (tímidas)
chances de gol. O marasmo passou após Charles, que substituiu Menezes, escorar
lançamento de Kardec pra Leandro, que deu ao pobre Edinei seu terceiro chapéu e
ao Palmeiras seu terceiro gol no jogo.
Apesar da goleada, GILSO não quis brincar e fez alterações
pontuais: Léo Gago – renascido das cinzas – no lugar de Wendel e Serginho no
lugar de Vinishow. Pouco após, Jorginho cruzou e Ricardo Jesus, dotado de um
senso de finalização KARDECISTA, diminuiu.
Sem técnica o bastante pra embalar a reação, o Atlético foi
obrigado a se expôr e quase tomou o quarto gol nos dez minutos finais. Mesmo
com a vitória tranquila, Massaraújo ainda proporcionou um momento de felicidade
aos cornetas desperdiçando o rebote após chute de Kardec em uma bela jogada de
sua autoria.
Em um jogo atípico, mas sem grandes emoções, o
Parmera bateu um dos adversários mais encardidos de sua história recente e botou
pra dormir a sequência de quatro partidas sem vencer (pros otimistas, já são
três jogos de invencibilidade). Se manter a concisão com que voltou à
liderança, o time pode construir uma nova sequência favorável nas próximas
rodadas – com a volta dos ausentes e sem oponentes excepcionais – e garantir um
retorno sóbrio à divisão principal, a tempo de passar as últimas semanas da
temporada secando alguns rivais.
QUEM FOI BEM
Kardec derrubou o Atlético em um sexto de jogo e apareceu bem na etapa
final. Temos um centroavante.
QUEM FOI MAL
Contrariando expectativas, não foi Wendel. Felipe Menezes rendeu (vem rendendo)
muito abaixo do que se espera dele como armador. Dá suas caneladas de Mendieta
mas jamais tem nuances de Valdívia como o paraguaio.
FERNANDO PRASS – 8,0
Desde Marcos não tínhamos tanta segurança debaixo das traves. Sem culpa no gol.
LUÍS FELIPE – 5,5
Segue em queda de rendimento, ainda é um pouco descuidado quando se lança ao
ataque. Criou a jogada que gerou o segundo gol.
VILSON – 7,0
Manteve as boas atuações pré-quase-saída. Não é qualquer um que segura uma zaga
em Itumbiara com hombridade enquanto poderia estar numa AUTOBAHN.
TIAGO ALVES – 6,0
Ouso afirmar que não deve muito pras últimas atuações do selecionado Henrique,
mas ainda é por onde o ataque adversário encontra suas melhores chances.
WENDEL – 6,5
Qualquer volante destro improvisado na lateral direita sendo improvisado na lateral esquerda sem comprometer já é digno
de 6.
MÁRCIO ARAÚJO – 6,0
Um dos jogadores mais difíceis de dar nota na história do futebol brasileiro.
Foi o mesmo de sempre.
WESLEY – 6,5
É tecnicamente superior a boa parte do time e cadencia o meio campo.
VINÍCIUS - 7,5
É um CORNETÁVEL, mas faz diferença no time. Comandou o ataque no começo e justificou a titularidade que muitos já contestaram.
ALAN KARDEC - 8,5
Bem posicionado e preciso, é um dos mais consistentes do time hoje. Atacante perfeito para a série B.
LEANDRO - 7,0
Empilha cagadas e faz um gol importante pra compensar. Justiça seja feita, nem foram tantas cagadas assim hoje.
CHARLES - 5,0
Entrou, participou do terceiro gol e vai levar um cinco de brinde pra casa.
LÉO GAGO - 4,0
Tava há tanto tempo lesionado que estranhou a bola não ser de CAPOTÃO. Não vi o que fez em campo, mas o gol do Atlético saiu logo depois que ele entrou.
SERGINHO - S/N
Nulo.
GILSON KLEINA - 7,0
Parcimonioso como sempre, mas merece crédito pelos três atacantes e, lógico, pela vitória. Como daqui pra frente é só Série B, fica com a gigante responsabilidade de não deixar o time se acomodar e manter o bom rendimento pra subir tranquilo e campeão.
Eu discordo do pessimismo sobre o Wendell, nunca foi um grande coisa, mas nunca decepcionou e sempre foi um jogador muito mais voltado a equipe do que a promoção pessoal (pra mim os maiores exemplos são semifinais do SP-08, oitavas de final da Libertadores 2009) E nunca tem chances no Palmeiras enquanto Massaraújo já teve 200 chances. Pra mim Wendell é muito mais jogador que Araújo, aliás acho que o Araújo o pior volante do elenco mesmo sem ver Renatinho e Eguren jogando.
ResponderExcluirAo ver a escalação logo imaginei que se o treinador adversário tivesse um minimo de conhecimento iria explorar o lado esquerdo de nossa defesa . Pois eles bem que tentaram , e tenho que me render a evidência, o Wendel mandou bem !! (pra minha surpresa).
ResponderExcluirCertamente ninguem sentiu falta do Juninho .
Boa Wendel , continue me surpreendendo .