Parabéns
cara. De coração. Não, eu não to te parabenizando pelo seu
trabalho à frente do Palmeiras no segundo semestre. Eu esperava que
você fizesse um pouco mais. Tudo bem, eu entendo. Você perdeu todos
os seus jogadores de meio-campo e teve que reconstruir um time em
reconstrução com cerca de 60 jogadores envolvidos em entradas e
saídas. Mesmo assim, podia ter sido um pouquinho melhor, né?
Mas
eu to te parabenizando por outra coisa, Marcelão. 4 finais em 5 anos
não é pra qualquer um. Precisa ser um técnico muito bom pra
conseguir isso. E você conseguiu. Além dos dois títulos
brasileiros, claro. Mas você deve estar preocupado, né? Perdeu as
três anteriores. Não fica não. Eu to escrevendo para te
parabenizar e também para te motivar. Vamos aos fatos:
Em
2011, você tinha o Prass contra você. Aí não dá, né? Não é
qualquer coxa que bate um time com um goleiro desse nível. E agora,
em 2015, o Prass tá do seu lado. Aliás, a gente pode afirmar que o
Prass te colocou na final. Quanto a isso você já pode ficar
tranquilo.
E
2012, hein? Contra um dos Palmeiras mais fracos de todos os tempos a
chegar em qualquer decisão e que ainda perdeu seu artilheiro na
véspera do primeiro jogo. Lembra desse jogo, Marcelo? O mago foi o
típico mago: truques que resultaram em gol no começo, e a mágica
do desaparecimento no final. Lembra onde foi esse jogo, cara? Em
Barueri. A torcida desceu a Castelo Branco, lotou Barueri, empurrou
90 minutos e aquele time horrível de doer fez 2 a 0 em vocês. Nem
Green Hell nem Green Heaven tirava aquele título felipônico da
gente. Da nossa gente. Agora você tem a torcida do Palmeiras do seu
lado. E não é no buraco de Barueri. É no Allianz Parque. E é no
segundo jogo. Que reviravolta, hein?
Em
2014 você tinha o melhor time do Brasil na ponta dos cascos. Mas
aquele Cruzeiro não tinha sangue mesmo, né? E o Galo era o que o
Palmeiras é hoje. Um superador nato. Percebeu como tudo mudou a seu
favor?
Mas
principalmente, nas três finais anteriores você estava do lado do
confete. O Coxa 2011 era o time do Guiness Book (você deveria ter
mandado seu time tirar o pé depois do quarto gol, viu? Não se faz
aquilo com um Santo). O Coxa 2012 era, segundo a imprensa esportiva,
ainda mais encorpado que o de 2011, com experiência e contra um time
'fraco' como o Palmeiras, não perderia nem a pau. Perdeu. O Cruzeiro
bicampeão brasileiro estava pronto pra repetir a tríplice coroa.
Não deu nem jogo, né? O galo dominou os 180 minutos.
E
esse Santos, hein? Ricardo Oliveira nem comemora mais. Gabigol só dá
de 3 dedos. E a cada 10 reportagens do Globo Esporte, 7 são sobre o
cabelo dele. Lucas Lima é a reencarnação do Pelé que ainda nem
morreu – e voltou branco. 10 de 10 jornalistas dizem que eles serão
campeões. Você sabe o que isso quer dizer, né Marcelão? Você é
experiente, po. Você tem tudo pra motivar esse time – que é ótimo
– pra bater no time do confete desse ano. Chegou sua hora, Marcelo.
Chegou nossa hora, Palmeiras.
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